O Futbol Club Barcelona é um clube espanhol da cidade de Barcelona, Espanha.
Os torcedores do clube são conhecidos como culers (ou culés, em espanhol). Em 2010, uma pesquisa realizada pela empresa alemã Sport+Markt concluiu que a torcida do Barcelona é a maior da Europa, contando com cerca de 57,8 milhões de pessoas [1]. O Barcelona foi o primeiro clube espanhol a ganhar na mesma temporada o triplete, composto da Liga dos Campeões, da Taça do Rei e de La Liga. [2] O Barcelona é uma das marcas mais conhecidas do planeta.[3]
O Barcelona é fortemente identificado com a região catalã, da qual se proclamou como símbolo. Suas partidas são consideradas até como evento turístico para os forasteiros e rotineiramente locais de demonstração do nacionalismo - e separatismo - catalão. O depoimento um de seus mais famosos torcedores, o tenor Josep Carreras, convidado para cantar na festa de centenário do time, em 1999, exprime bem tal ideia: "Ser torcedor do Barça vai além do puramente esportivo. É o sentimento de raízes, de valores e de uma identidade de país: a Catalunha".[3] Outras expressões icônicas locais são a faixa de capitão do time, que normalmente reproduz a bandeira da Catalunha, e o lema més que un club, adotado em 1968.[3] Apesar disso, é o clube que mais cedeu jogadores à Seleção Espanhola de Futebol.[4]
A cidade de Barcelona é um caso raro de metrópole com dois clubes de futebol não-equiparados: enquanto o Barça, como é também conhecido, soma 21 títulos na Liga Espanhola, 25 Taças do Rei, 4 Ligas dos Campeões e um Mundial de Clubes da FIFA, o outro time da cidade, o Espanyol, tem como títulos de expressão apenas 4 Taças do Rei. Tal desigualdade é um dos fatores que fazem os blaugranas sentirem maior rivalidade com um time de outra cidade, o Real Madrid, com quem divide a hegemonia no futebol espanhol. O sentimento é recíproco, com os blancos detestando mais ao Barcelona do que ao rival citadino, o Atlético de Madrid. A rivalidade entre Barça e Real é considerada uma das maiores do mundo.
O Barcelona, o seu arquirrival Real Madrid e o Athletic Bilbao são os únicos times espanhóis que jamais foram rebaixados à Segunda Divisão Espanhola. Por muito tempo também, o clube orgulhou-se de ser talvez o único time gigante no mundo a não utilizar logomarcas de patrocinadores em suas camisas de futebol; apenas em 2006 um logo passou a ser colocado na parte abdominal das blusas, e ainda assim demonstrando boas causas: o clube paga, ao invés de receber, para estampar o emblema da Unicef. A partir da temporada 2011/12, pelas dificuldades financeiras,[5] a tradição vai dar lugar ao maior contrato de patrocínio da história do futebol, em que o Barça receberá 30 milhões de euros anualmente por cinco anos para exibir, juntamente com a da Unicef, a marca da Qatar Foundation.[6]
História
Time do Barcelona em
1903.
Primeiros anos (1899-1908)
Em 22 de outubro de 1899, um ex-futebolista suíço, Hans Gamper, colocou um anúncio no jornal Los Deportes declarando seu desejo de formar um clube de futebol em Barcelona. Uma resposta positiva resultou em uma reunião no Gimnasio Solé, em 29 de novembro. Onze jogadores participaram: Walter Wild, Lluís d'Osso, Bartomeu Terradas, Otto Kunzle, Otto Maier, Enric Ducal, Pere Cabot, Carles Pujol, Josep Llobet, John Parsons e William Parsons.
Como resultado, o Foot-Ball Club Barcelona nasceu de forma cosmopolita, que paradoxalmente lhe caracterizaria juntamente com o espírito catalão, que o clube só exaltaria mais tarde.[3] O nome em inglês, língua da terra de criação do futebol, a Inglaterra, era comum na época. As cores também seriam influência externa: diz a lenda que Gamper teria inspirado-se nas do Basel, equipe da qual fora capitão, para escolher as do novo clube.[3] Seriam, portanto, vermelho e azul. O vermelho acabaria substituído pelo grená, por ser esta a cor que o desenhista do escudo possuía a disposição.
O anúncio em que
Hans "Joan" Gamper (grafado "Kans Kamper") expressava seu desejo em montar um time de futebol.
Em 1902, o clube ganhou seu primeiro troféu, a Taça Macaya, e também disputou sua primeira final de Taça do Rei, perdendo de 2 a 1 para o Bizcaya.[7]
Com Gamper (1908-1925)
Em 1908, Gamper se tornou presidente do clube pela primeira vez. Acabaria ficando mais conhecido pela versão catalã de seu nome: Joan Gamper. Ele assumiu a presidência com a equipe à beira da falência, não tendo ganhado nada desde o Campeonato da Catalunha de 1905. Gamper venceu eleições para presidente do clube em mais cinco ocasiões, entre 1908 e 1925, e passou 25 anos ao leme. Uma de suas principais conquistas foi a ajuda para adquirir o seu próprio estádio.
Em 14 de março de 1909, após dez anos da fundação, a equipe se mudou para o Carrer Indústria, um estádio com uma capacidade de 8000 lugares. Gamper utilizou-se desta manobra para conseguir mais adeptos para o clube, que logo tornaram-se mais numerosos do que o primeiro rival, o hoje extinto Català.[3] A arquitetura do estádio renderia um dos apelidos do time, culé, que derivaria da expressão cul, palavrão catalão para designar o ânus: a razão disso era o fato de que quem passava pelo estádio em dia de jogo só conseguia ver as nádegas dos torcedores sentados em muros das arquibancadas.[3] No ano seguinte, faturou sua primeira Taça do Rei.
Gamper também recrutou Jack Greenwell como gestor. Este viu o clube começar a melhorar em campo:[8] na década de 1910, destacou-se pelo fortalecimento da rivalidade com o então Real Español, equipe criada com o mote que mais tarde seria abraçado pelo Barça: a identificação com jogadores e a região local, fazendo contraponto ao estrangeirismo dos blaugranas; e pelos gols de Paulino Alcántara, jogador vindo da colônia espanhola das Filipinas e maior artilheiro da história do clube, tendo anotado a assombrosa marca de 357 gols em 357 jogos.[3]
Barcelona e Español dividiam as conquistas do Campeonato Catalão, derivado da Taça Macaya, com os culés ganhando cinco no período, em 1913, 1916, 1919, 1920 e 1921, contra três do rival (1912, 1915 e 1918). Paralelamente, o Barça ganhou também outras três Taças do Rei, em 1912, 1913 e 1920. As conquistas faziam o clube conseguir cada vez mais torcedores; o progressivo aumento fez com que o Barcelona arranjasse outro estádio, mudando-se para Las Corts, que foi inaugurado em 1922. Este estádio tinha uma capacidade inicial de 22.000, mais tarde ampliado para 30.000.
República e Guerra Civil (1925-1939)
Em 14 de Junho de 1925, um fato político teria pela primeira vez importância no clube:[9] em uma reacção contra a ditadura de Primo de Rivera, a torcida vaiou o hino da Espanha. Como represália, o clube foi fechado por seis meses, enquanto Gamper forçado a renunciar à presidência.[3]
A década de 1920 seguiu com o time acentuando seu domínio no futebol local, levantando oito das dez edições do campeonato catalão e outras quatro Taças do Rei. Os maiores ídolos eram o goleiro Ricard Zamora e Josep Samitier. A equipe conquistou também o primeiro Campeonato Espanhol realizado, o da temporada 1928/29. O troféu foi celebrado com um poema intitulado "Oda um Platko", que foi escrito pelo membro importante daquela geração, Rafael Alberti, inspirado pelo heróico desempenho do Barça.
Prenúncios de dificuldades na década de 1930 vieram com o suicídio de Gamper, devido a um período de problemas financeiros e pessoais,[10] talvez provocados pela crise de 1929.
Embora eles continuaram a ter jogadores da posição de Josep Escola, o clube entrou num período de declínio, em que o conflito político ensombrou o desporto na sociedade. O Barça enfrentou uma crise em três frentes: financeira, social (com o número de membros cair constantemente), e desportivo, apesar da equipa ter ganho o Campionat da Catalunya em 1930, 1931, 1932, 1934, 1936 e 1938, e as Taças do Rei em 1933, 1934 e 1939. Os anos 1930 viram também os dois primeiros brasileiros a jogar no Barça, ambos vindos do Vasco da Gama e que não deram certo devido ao preconceito por serem negros: Fausto dos Santos e Jaguaré,[3] que ficaram apenas na temporada 1931/32.
Nas primeiras semanas da Guerra Civil Espanhola, em 1936, o presidente do Barça, Josep Sunyol, que era de esquerda, acabou assassinado pelos nacionalistas, ligados ao direitista General Franco. Apesar de sua morte não ter relação com o Barcelona - ele acidentalmente vinha passeando do lado errado da fronteira, gritando "viva a república" sem ter noção da presença próxima das forças nacionalistas [4]-, ela acabaria depois mitificada como marco inicial da perseguição que o time sofreria da ditadura franquista, até porque as instalações e escritórios do clube não escapariam da ocupação fascista na cidade.
Manifestação pró-
Catalunha, algo corriqueiro nos jogos do Barcelona.
O início de um ícone catalão
Após a Guerra Civil Espanhola, o vitorioso General Franco proibiu oficialmente manifestações culturais que não as castelhanas no país, vedação que se estendia ao uso da língua catalã. Estas medidas fizeram com que houvesse alterações no Barcelona: do nome, para Club de Fútbol Barcelona; e no símbolo, em que quatro faixas vermelhas na parte superior direta, alusivas à bandeira da Catalunha, foram diminuídas para duas, para representar a bandeira da Espanha.[3] Por consequência, o Campeonato Catalão, após a edição de 1940, foi extinto, com o Barcelona terminando como seu maior vencedor, som 22 títulos, o dobro do rival Español. Durante a era franquista, um dos poucos lugares em que se podia falar catalão foi o estádio do Barça.[11] Daí viria a associação cada vez maior do orgulho catalão com o Barcelona, ao passo que o rival Español passaria a ser identificado como um aliado do regime de Franco.[12]
Apesar da difícil situação política, o Barcelona usufruiu de êxito considerável entre o fim da guerra civil e 1953, justamente o período mais opressor da ditadura franquista;[4] uma possível razão para a rápida reestruturação do clube foi o fato de justamente nese período o presidente blaugrana ser indicado pelo governo espanhol.[12] A equipe ganhou cinco títulos espanhóis, tornando-se momentaneamente a maior vencedora da competição, e três Taças do Generalíssimo, como ficou renomeada a Taça do Rei. Samitier era o treinador e a equipe reunia ainda Joan Velasco, Antoni Ramallets e César. Em 1949, também ganhou a primeira Taça Latina. [13] Na época, a hegemonia no futebol espanhol era disputada com Valencia e Atlético de Madrid.[12]
Desde 1950, o Barcelona já contava com o húngaro László Kubala. Kubala quase assinou pelo Real Madrid, mas o momento decisivo para mudar as suas ideias foi quando casou com a filha de Ferdinand Daučík, que esteve em contato com Josep Samitier. Em seguida, devido a esta relação, Kubala escolheu finalmente jogar em Barcelona - e seria votado, em 1999, como o maior jogador dos cem primeiros anos do clube.[14] Em 1952, além da Liga Espanhola, outros quatro diferentes troféus em 1952: a Taça del Generalísimo, a Taça Latina, a Taça Eva Duarte e da Taça Martini Rossi. A conquista dupla da Liga e da Taça novamente viria na temporada seguinte.
Anteriormente, em um domingo chuvoso de 1951,[15] a multidão deixou a pé o estádio Les Corts, após uma vitória contra o Santander por 2-1, recusando-se a apanhar os eléctricos e surpreendeu qualquer autoridade franquista. A razão era simples: ao mesmo tempo, uma greve teve lugar em Barcelona, que recebeu o apoio dos adeptos blaugranas. Acontecimentos como este fizeram Barcelona representarem muito mais do que apenas a Catalunha e muitos progressistas espanhóis viram o clube como um acérrimo defensor dos direitos e liberdades.[16]
Em 1953, o clube contratou o argentino Alfredo di Stéfano, após uma exibição primorosa do jogador pelo Millonarios, time colombiano que, em excursão na Espanha, derrotara o Real Madrid por 4 x 2 em pleno Santiago Bernabéu.[12] Mas a equipe da capital entrou na disputa: enquanto os blaugranas negociaram com o detentor legal do passe do argentino (o River Plate, uma vez que os times colombianos estavam banidos pela FIFA por jogarem em uma liga pirata), o Real negociou diretamente com o Millonarios. Di Stéfano já havia jogado três amistosos pelo Barcelona quando veio a solução dada pelo Ministério dos Esportes: o jogador faria temporadas alternadas por cada clube, começando pelo Real.[17] O Barcelona não aceitou e deixou que Di Stéfano jogasse apenas pelo time merengue, que vivia em decadência - o rival Atlético de Madrid estava em melhor momento, possuía mais troféus e era quem inicialmente havia ligado-se aos militares.[3]
O troco do Real Madrid três anos após perder Kubala para o Barça vinha justamente no ano em que se completavam dez da partida em que o Barcelona fora derrotado por 11 x 1 para esta equipe. Tal jogo era válido pela partida de volta da semifinal da Taça do Generalíssimo; na ida, em Barcelona, os madrilenhos perderam por 3 x 0 e o resultado surpreendente, a maior goleada dos jogos entre os dois times, seria fruto da intimidação local: o trio de arbitragem foi escalado para favorecer o Real, e policiais invadiram o vestiário do Barcelona ameaçando os jogadores caso saíssem da partida com a classificação. O primeiro grande choque entre as duas equipes seria tão escandaloso que até o Real reconheceria tal fato desta forma.[3] A rivalidade, entretanto, só seria incendiada após a "traição" de Di Stéfano.[18]
Os anos de Rijkaard e Ronaldinho (2003–2008)
Embora tivesse melhores propostas do próprio Real Madrid e do Manchester United, Ronaldinho escolheu Barcelona, onde poderia atuar sob menos pressão e ser o único astro.[34] Junto com ele veio um novo treinador, Frank Rijkaard, indicado por seu compatriota Cruijff.[22] Rijkaard viera para substituir o sérvio Radomir Antić, por sua vez contratado para substituir Van Gaal.
Ronaldinho demoraria a engrenar em sua primeira temporada devido a contusões; no primeiro turno, o time termina apenas em sétimo, com Rijkaard ameaçado de demissão.[35] A reação viria na metade da Liga Espanhola, em que ele conduziu uma grande reação do Barça a um segundo lugar - o título ficou com o Valencia. Ofuscou até os outros reforços da temporada, que, à exceção do mexicano Rafael Márquez, não vingariam no clube: o meia português Ricardo Quaresma, o goleiro turco Rüştü Reçber [33] e o neerlandês Edgar Davids. Ao fim da temporada, o elenco renovou-se, marcando-se a saída da maior parte dos neerlandeses - além do próprio Davids, Kluivert, Cocu, Reiziger, e Overmars, sobrando o técnico Rijkaard e Giovanni van Bronckhorst.[36] Outro a sair foi o ídolo Luis Enrique, que se aposentou.
Ronaldinho na temporada 2004/05.
A boa fase de Ronaldinho se manteve em 2004, com ele recebendo pela primeira vez o prêmio de melhor do mundo. Com uma colônia brasileira, composta ainda por Thiago Motta, Edmílson, Belletti, Sylvinho e o naturalizado português Deco, Ronaldinho liderou um time bem entrosado em dois títulos espanhóis seguidos, em 2005 e 2006. Motta era cria do clube, onde debutara profissionalmente em 2001. Edmílson viera credenciado com sua participação em três títulos franceses seguidos do Lyon, os primeiros da equipe; Belletti e Sylvinho, por destacadas participações nos espanhóis Villarreal e Celta Vigo, respectivamente; Deco, por ser o comandante do Porto, surpreendente campeão da Liga dos Campeões de 2003/04.[36]
Em meio ao chamado Samba Team,[37] destacou-se também a dupla ofensiva que Ronaldinho fazia com o camaronês Samuel Eto'o (astro do Real Mallorca, mas até então pertencente ao rival Real Madrid[36]), completados pelo sueco Henrik Larsson e o francês Ludovic Giuly (destaque do Monaco vice-campeão da Liga dos Campeões [36]), todos contratados naquela temporada, além dos espanhóis pratas-da-casa Xavi Hernández e o jovem Andrés Iniesta. Mais jovem ainda era a promessa argentina Lionel Messi, outro a vir das bases do clube.
O auge chegou na segunda temporada, em que o Barcelona, em sua campanha campeã da Liga Espanhola, bateu por 3 x 0 o Real em pleno Bernabéu. Ronaldinho teve um desempenho tão impressionante que, tão-logo após marcar o terceiro gol em jogada individual na área adversária (semelhantemente ao segundo gol, também de sua autoria), foi aplaudido de pé pela torcida merengue. Na Liga dos Campeões da UEFA, o time chegou novamente à final após doze anos, batendo o Arsenal de virada por 2 x 1, com bastante torcida contra na decisão em Paris - o clube inglês era repleto de franceses, dentre eles Thierry Henry, além disso, Ronaldinho não teve passagem tão boa no clube da cidade, o Paris Saint-Germain.
Os autores dos gols na final da Liga dos Campeões de 2006 em meio aos festejos:
Belletti e
Samuel Eto'o. O brasileiro foi o improvável herói da final, ao marcar o tento da vitória.
Porém, a apagada atuação do astro na final (os gols foram marcados por Samuel Eto'o e o inesperado Belletti, em jogadas decisivas de Henrik Larsson
Henrik Larsson na vitoriosa temporada 2005/06. Foram dele e de um jovial Andrés Iniesta os dois passes para os gols na vitória contra o Arsenal na final da Liga dos Campeões.
[38]) acabaria sendo um prenúncio de novo tempo de vacas magras. Após impressão péssima deixada na Copa do Mundo de 2006, Ronaldinho não conseguiu repetir com regularidade a fase assustadora de antes. A má fase incluiu uma surpreendente derrota no Mundial de Clubes da FIFA em 2006, para um rival pessoal do craque, que começara a carreira no Grêmio: o Internacional. A temporada se seguiu com o Barcelona, líder no Espanhol, acabar perdendo o título para o Real Madrid devido ao confronto direto (os dois times empataram em número de pontos,76 cada. Porém, o Real Madrid ganhou no Santiago Bernabeu por 2 x 0 e empatou por 3 x 3 no Camp Nou). Ronaldinho, cada vez mais cedia sua posição de destaque para Messi.
A temporada 2007/2008, apesar da bombástica contratação do francês Thierry Henry,[39] desejado pelo clube desde a anterior,[40] foi uma repetição desta: um Barcelona apagadamente terceiro lugar no campeonato espanhol, com Real Madrid mais uma vez campeão. Na Liga dos Campeões, conseguiram alcançar as semifinais, porém foram eliminados pelo futuro campeão Manchester United. Ronaldinho, Deco e Rijkaard não sobreviveram e acabaram deixando o clube pela porta dos fundos (Ronaldinho e Deco caíram em auto-complacência depois da temporada 2005/2006 e Rijkaard foi apontado como responsável por permitir que este comportamento dos brasileiros causasse desavenças no plantel).
Com Guardiola no comando ( Era Messi ) (2008-Atualmente)
A falta de conquistas quase custou o cargo de Joan Laporta na pré-temporada de 2008-09. Com o dinheiro das vendas dos inoperantes Ronaldinho, Deco, Lilian Thuram, Oleguer, Edmilson, Gianluca Zambrotta e Giovani dos Santos, o elenco foi renovado.[41] A pedido do novo treinador, o ídolo Josep Guardiola, €90 milhões foram gastos nas contratações de Alyaksandar Hleb, Daniel Alves, Gerard Piqué (cria do Barça que estava no Manchester United), Martín Cáceres e Seydou Keita. Os reforços, particularmente Daniel Alves e Piqué, somaram-se à base dos anos anteriores: Xavi, Andrés Iniesta, Víctor Valdés, Carles Puyol, Rafael Márquez, Samuel Eto'o, o mais aprimorado Lionel Messi e o meteórico Bojan Krkić.[41], mostrando a grande utilização por parte de Pepe Guardiola da chamada "La Masia", a academia de jovens jogadores do Barcelona.
Lionel Messi, na vitoriosa temporada 2008/09, em que o
Barça conseguiu a tríplice coroa. O argentino marcou o segundo gol na decisão do título mais importante, a Liga dos Campeões. Hoje já é considerado um dos maiores jogadores da historia do futebol mundial.
Em 17 de janeiro de 2009, Barça definiu o registro para acumulando os pontos mais altos total para a primeira metade de uma temporada na La Liga, alcançando 50 pontos fora de um eventual 57, com 16 vitórias, 2 empates e apenas 1 derrota, contra o Numancia no primeiro jogo da temporada (e vencendo o primeiro El Clasico da temporada contra o Real Madrid, 2x0 no Camp Nou). O clube também chegou a Copa do Rei final pela primeira vez desde 1998. Seis dias depois, em 23 de janeiro, a IFFHS classificou o Barcelona em primeiro lugar em sua lista dos maiores clubes de futebol dos últimos 18 anos. O ranking foi determinado tendo em conta todos os resultados dos campeonatos nacionais, a taça competições nacionais, o clube das competições seis confederações continentais e da FIFA.
Em 14 de abril, o Barcelona estava qualificado para as semifinais da Liga dos Campeões pelo segundo ano consecutivo após derrotar Bayern Munique por 5-1 no agregado dos dois jogos e enfrentaram o Chelsea nas semifinais. Sua primeira etapa contra o Chelsea resultou em um empate sem golos em casa. Após o jogo, enfrentou Real Madrid, em um El Clásico vencido por humilhantes 6 x 2. Imediatamente após a vitória histórica sobre os seus maiores rivais, o Barcelona jogou contra o Chelsea na segunda etapa das semifinais da Liga dos Campeões. O Chelsea levou o jogo em Stamford Bridge 1 x 0 desde o início da partida, quando Iniesta marcou o gol do empate classificador aos 48 minutos do segund tempo. As duas saborosíssimas vitórias não passariam despercebidas nas maternidades de Barcelona nove meses depois, onde notou-se um aumento da média de partos por dia. O "fenômeno" receberia o nome de "geração Iniesta", em alusão ao autor do dramático gol contra o Chelsea.[42]
Em 13 de maio, o Barcelona venceu o Athletic Bilbao 4-1 no estádo Mestalla para ganhar a Copa do Rei. Após alguns dias, o Barcelona confirmou o já esperado título da La Liga. O clube tinha então a oportunidade de ser o primeiro da Espanha a conquistar a tríplice coroa: vencer o campeonato espanhol , a Copa do Rei e a Liga dos Campeões da UEFA em uma mesma temporada. O que foi conseguido duas semanas depois, no dia 27 de maio, em que o Barcelona derrotou o Manchester United, no Olímpico de Roma, com um 2 x 0 selado pela nova estrela do time, Messi. A partida também marcou a saída do ídolo Eto'o, que possuía problemas de relacionamento com o técnico Pep Guardiola.[4] Ele foi cedido à Internazionale em uma troca que envolveu o astro da equipe italiana, o sueco Zlatan Ibrahimović.
Em 19 de dezembro, em seu ano mais vitorioso, o Barcelona conseguiu o título que lhe faltava, o mundial de clubes da FIFA: após ser derrotado pelas equipes brasileiras do São Paulo em 1992 e do Internacional em 2006, bateram de virada, na prorrogação, os argentinos do Estudiantes.[43] Lionel Messi, autor do gol da vitória, acabaria eleito dois dias depois o melhor jogador do mundo pela FIFA no ano.
A temporada 2009/2010 foi marcada pela grande disputa com o Real Madrid pelo título da Liga Espanhola (com o Barça conquistando o título apenas na última rodada e somando impressionantes 99 pontos, além de vencer os dois clássicos contra o grande rival, 1x0 no Camp Nou e 2x0 no Santiago Bernabeu), a incrível ascensão de Pedro (outro jogador "Made in La Masia"), Messi tornando-se ainda mais goleador (devido ao fracasso de Ibrahimovic em cumprir essa função) e pela segunda temporada seguida jogando mais de 50 jogos sem sofrer contusões, os problemas fisicos de Andrés Iniesta (desde o jogo contra o Chelsea em 2008/2009) e Xavi cada vez mais líder do time no meio-campo. Na Copa do Rei, foi eliminado pelo Sevilla, o primeiro sinal de que o plantel não suportaria a carga de jogos e a incrível perseguição do Real Madrid na Liga.
Na Liga dos Campeões, demonstrou grande força ao chegar às semifinais. Porém, foram eliminados mais uma vez pelo futuro campeão da competição, desta vez a Inter de Milão (cujo técnico era ninguém menos que José Mourinho, atual técnico do Real Madrid). As contusões de Iniesta e o curto plantel para esta temporada (obrigando Xavi e Messi a jogarem sem descanso) fizeram o Barça sucumbir nesta competição. Ainda assim, o clube forneceu sete jogadores à Seleção Espanhola de Futebol que seria campeã, pela primeira vez, na Copa do Mundo de 2010, sendo que todos vieram das categorias de base blaugranas: Carles Puyol, Andrés Iniesta (autores dos gols decisivos, na semifinal e na final, respectivamente), Xavi e Gerard Piqué foram titulares, sendo campeões juntamente com Víctor Valdés, Sergio Busquets e Pedro (os dois últimos, revelações da temporada anterior). Também saídos das canteras do clube, Cesc Fàbregas e Pepe Reina foram outros campeões da Furia. Outro campeão culé foi o artilheiro David Villa, negociado junto ao Valencia logo antes do início do torneio.
Ao final da temporada, ocorreram as eleições para Presidente do Clube. Sandro Rosell (vice de Laporta até 2005) foi eleito para um mandato de 6 anos com 61,35% dos votos (com participação de 57088 sócios do Clube, recorde histórico). Ele foi seguido por 14,09% de Agustí Benedito, 12,29% de Marc Ingla e 10,80% de Jaume Ferrer, o candidato indicado por Joan Laporta. Um claro sinal de que resultados incríveis dentro de campo não justificam ou apagam atitudes equivocadas do agora ex-presidente (como a espionagem de futuros adversários políticos, acordos comerciais no Uzebequistão, uma ditadura, o que vai contra os valores democráticos do Barcelona e o aumento excessivo dos gastos do Clube). Sócios do Clube conseguiram acesso à auditoria que comprovava tais problemas. Ficheiro:[[1]]
Após doze rodadas do Campeonato Espanhol e vivos na Copa do Rei e Uefa Champions League, o Barcelona finalmente enfrentou o Real Madrid. Após uma semana tensa, devido às pressões dos principais jornais de Madrid (que declaravam mais uma vez o fim da superioridade culé na Espanha, desta vez com a chegada de José Mourinho aos merengues), o Barcelona repetiu o Dream Team de 1994 e humilhou o rival com um 5 x 0. Passado uma semana, o Barcelona fez outra vez história: os três finalistas ao prêmio de melhor do mundo são jogadores do clube: Xavi, Iniesta e Messi. No final da temporada 2010/2011, O Barcelona alcançou as semi finais da Liga dos Campeões e a Final da Copa do Rei, sendo que na duas competições teria que enfrentar o próprio Real Madrid (antes destes três confrontos, empatou em 1X1 no Santiago Bernabéu pelo Campeonato Espanhol). Após perder para os merengues a Copa do Rei na prorrogação (1 X 0), o Barcelona eliminou o Real Madrid da Liga dos Campeões, e repetiu a final de 2009 contra o Manchester United no Estádio de Wembley. Na partida contra o Levante (1X1), o Barça confirmou o tricampeonato espanhol. Na final da Liga dos Campeões 2010-2011 o Barcelona venceu o Manchester United por 3 à 1 e obteve o tetracampeonato europeu. No lado catalão os gols foram de Pedro Rodriguez (27 min), Lionel Messi (53 min) e David Villa (69 min). Já no time inglês o único gol foi de Wayne Rooney (33min).
Na temporada 2011/2012, Barcelona reforçou o seu plantel com o atacante chileno Alexis Sanchez (transferido da Udineses por 37 milhões de euros, sendo 11 milhões condicionados com os títulos do Barcelona), a tão sonhada contratação de Francesc Fabregas (transferido do Arsenal por 40 milhões de euros, sendo 6 milhões de euros condicionados com os títulos do Barcelona) e o desenvolvimento espetacular de Thiago Alcântara, jogador até então do Barcelona B, durante o Euro-21 (sendo campeão pela Espanha) e a copa Audi (sendo eleito melhor jogador do torneio).
No dia 17 de agosto de 2011, o Barcelona levantou a Supercopa da Espanha após ganhar novamente o Real Madrid por 3 a 2, no Camp Nou e empatar em 2 a 2, no Santiago Bernabéu. Na partida decisiva marcaram: Iniesta (14 min), C. Ronaldo (19 min), Messi (44 e 87 min) e Benzema (81 min).Em 26 de agosto de 2011, o Barça voltar a ganhar um troféu, desta vez a Supercopa da Europa, derrotando o Porto por 2 X 0 com gols de Messi e Fabregas. No dia anterior ao jogo, o argentino ganhou o primeiro Prêmio "Melhor jogador da Europa" concedido pela UEFA.
Uniforme
David Villa com o uniforme da equipe de 2010/11. Em uma temporada pelo Barcelona já conquistou a Champions League com gol decisivo na final e a
Liga das Estrelas
O uniforme n° 1 do Barcelona é tradicionalmente nas cores grená e azul. A camisa tem listras verticais e o calção e as meias sofrem variações de cores durante as temporadas. A cor original do calção é a branca, mas depois foi para o preto e mais tarde para o azul, que foi utilizado por vários anos. Na temporada 2005-06 foi utilizado pela primeira vez o calção grená, e a cor se repetiu no calção da atual temporada, 2010-11. As meias eram originalmente pretas, depois se tornaram azuis. Nas últimas temporadas as meias apresentam listras horizontais em azul e grená.
Já o 2° uniforme não apresenta característas tradicionais, sofre grandes variações de cores e designs de temporada para temporada. Na temporada passada, a camisa era verde, com uma faixa horizontal em azul e vermelho no peitoral, mas atualmente o uniforme é completamente preto, algo inédito na história do clube. O 3° uniforme geralmente é o 2° uniforme da temporada anterior.
[editar] Temporada 2011-12
- 1º uniforme: Camisa com listras grenas e azuis, calção e meias azuis;
- 2º uniforme: Camisa preta, calção e meias pretas;
- 3º uniforme: Camisa verde, calção azul-marinho e meias verdes.
[editar] Uniformes dos goleiros
- Camisa preta, calção e meias pretas;
- Camisa cinza, calção e meias cinzas;
- Camisa verde, calção e meias pretas;
- Camisa azul, calção e meias azuis.
[editar] Uniformes de treino
- Camisa amarela, calção e meias amarelas;
- Camisa cinza, calção e meias cinzas.
[editar] Uniformes anteriores